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Pesquisadores dizem que comprimidos podem ter
sido usados para tratar infecções oculares.
(Foto: Superintendência da Toscana/BBC) |
Um artigo publicado na revista
«Proceedings of the National Academy of Sciences» dá conta da análise a seis
comprimidos descobertos num antigo navio romano, afundado na costa italiana há
mais de dois mil anos. Investigadores da Universidade de Pisa (Itália)
analisaram os remédios usados na antiguidade e consideram que podem ter sido
usados para tratar infeções oculares.
As pílulas encontradas estavam em
bom estado e os seus ingredientes bem preservados, apesar de submersos ao longo
destes anos todos. As amostras estavam numa caixa de metal e revelaram que
continham gordura animal e vegetal, entre elas possivelmente azeite, conhecido
pelo seu uso antigo em perfumes e preparados médicos; resina de pinheiro, que
tem propriedades antibacterianas; amido, um ingrediente usado em cosméticos
pelos romanos e compostos de zinco, os prováveis ingredientes ativos. A
composição indica que os comprimidos possam ter tido um uso oftalmológico,
segundo a equipa de investigação.
Literatura científica recente
documenta o uso de compostos de zinco na farmacologia romana, especialmente
para o tratamento de doenças oculares. A descoberta de remédios antigos é rara,
especialmente em boas condições como os comprimidos encontrados no navio
Relitto del Pozzino e pode ajudar a compreender melhor a farmacologia antiga.